Em clima folclórico, companhia mostra como ritmos distintos se conectam através dos movimentos
Por: Kamilly Dias, Marcelina Costa, Milena Monteiro, Liandre Deolinda. 28/06/2023 10:30
O projeto, intitulado “Estremecer”, é a iniciativa ousada de unir a elegância do jazz à vibrante cultura folclórica regional, representada pelo boi-bumbá de Parintins. Seguindo a proposta, videodanças serão postadas ao longo do mês de junho, nas próprias redes sociais da companhia.
Em coletiva de imprensa no dia vinte (20) de junho, o FestImprensa, promovido pelos alunos de jornalismo da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), a fundadora e gestora da Cia Vilaça se pronunciou. Segundo ela, a proposta é conectar o Festival Folclórico de Parintins com o cenário amazonense de jazz dance, valorizando as heranças regionais em um esquenta para o evento dos bumbás.
Para Hanna Vilaça, o projeto é inédito. “Primeiro: não vimos isso na cidade e nem na região. Dois: o pessoal e o profissional podem se misturar”. Assim, a dançarina ressalta o entusiasmo pelo ritmo regional conectado com sua atuação profissional.
“O forte de Manaus é contemporâneo, Hip Hop, o jazz é esquecido. Então
desde a minha formação eu tento trazer essa inquietude. Por que vocês estão focando no balé? Por que vocês não fazem um ‘Jazzão’?”, acrescenta HannaVilaça.
Desse modo, “Estremecer” tem como objetivo envolver o público e criar uma aproximação única entre diferentes formas de expressão artística. É algo a ser observado nos movimentos coreográficos, mas também na diversidade entre as bailarinas.
A Cia Vilaça conta com alunas de faixa etária muito variada, e experiências
distintas, partindo da ideia de que todos podem dançar. É então que, a seu modo, a companhia promove a representatividade feminina e valoriza a diversidade de corpos. Temas assim, tão caros para a geração atual, colocam a Cia em uma posição única, singular no cenário regional.
A concepção de projetos artísticos
Considerando as dificuldades de realizar projetos artísticos do Norte, em
entrevista à imprensa, Hanna Vilaça destacou a importância de sair do lugar comum. Mais além, a dançarina enfatizou a ideia de trazer o audiovisual, através de videodanças, para divulgar as performances de sua companhia.
Em seu processo criativo para a concepção de novas propostas, Hanna citou a série de estudos culturais em cada projeto. Para disseminar o jazz dance, e valorizar a diversidade em seu corpo de dança, são necessárias análises sobre os movimentos possíveis: os desafios, a diversão e como chegar ao mesmo produto final.
“Não é só dançar, é ver como cada corpo reage às suas instruções. Você tem que estudar cada corpo em cena. […] Se a música me inspira, eu consigo”,
complementa.